“A internet afeta as práticas de ensino de três maneiras distintas: possibilita a comunicação à distância (em tempo real ou não); propicia ferramentas técnicas que facilita a produção de textos hipermídia; abre o acesso a um banco de informações potencialmente infinitas...” Denise Bértoli Braga
Os acontecimentos na história são dinâmicos, e o que era suficiente numa época, passa a ser obsoleto num outro período. Assim, a educação também sofreu mudanças, mudanças na forma de ensinar, nas ideologias, novas teorias ocupam o lugar de outras já ultrapassadas, novos paradigmas são seguidos, enfim, vivemos a era digital, são “dígitos pra todo lado”, e o ensinar a ler e a escrever não restringe a objetos como lápis, caderno, livro, quadro (antes preto, agora branco), é muito mais: a leitura e a escrita assumem uma nova configuração. Parafraseando Paulo Freire, acredito que a leitura virtual precede a leitura livresca. As crianças, ainda muito pequenas e sem coordenação motora desenvolvida, já apresenta certa habilidade no manuseio da tecnologia digital e é visível o fascínio delas ao fazer isso.
Vivemos um mundo de pluralidades, muitas coisas acontecem ao mesmo tempo e isso reflete na educação, a leitura hipertextual ilustra muito bem a realidade atual, e ignorá-la chega a ser falta de profissionalismo. Por este prisma a leitura do hipertexto é subversiva, pois contrapõe a linearidade do texto tradicional, não segue a mesma linearidade dos textos impressos e oferece inúmeras possibilidades de outras informações. Além disso, o leitor pode direcionar sua leitura sem perder o campo visual, ações que não ocorrem com o livro por exemplo, que até para buscar o significado de uma palavra temos que sair do campo leitor e ir ao dicionário.
É nesse novo cenário que estamos: professores em busca de maior intimidade cm os recursos tecnológicos, para poder sair na dianteira de um ensino facilitador das aprendizagens, que prepara o educando para atuar no mundo do qual ele parte. Como exemplo, este blog que você, internauta, navega, mesmo ainda em produção, já é fruto dessa busca, desse procurar aprender para poder agir. Os cursos de midias na Educação, tem oportunizado os educadores a desenvolver competências e habilidades na prática pedagógica, tendo as NTICs como parceiras.
Designer, web, ipod, GPS, messenger, internet, blog, torpedo, orkut, youtube, webdesigner, netqueta, twitter, emoctions... e muitas outras palavras desse gênero já fazem parte do vocabulário da garotada e muitas vezes nós, educadores, ainda desconhecemos boa parte do vocabulário midiático presente no nosso dia-a-dia. As TICs estão aí e numa rotatividade muito grande. Muitas vezes nem aprendemos direito a operar uma mídia e já chegou outra Essa nova realidade exige maior dinamicidade de conhecimentos por parte dos educadores. Num ritmo acelerado e simultâneo, esses conhecimentos sinérgicos estão penetrando nos poros da educação, de forma que não há escolhas em aceitar ou não, é fato que, obrigatoriamente, precisa de ação urgente, ação em que os alunos não sejam apenas coadjuvantes, e sim protagonistas de uma peça que está em cartaz, e cujos atores precisam entrar em cena.
A educação precisa abraçar essa nova realidade e promover um trabalho didático-pedagógico, cujas ações os alunos possam articular conhecimentos, se envolver nesse contexto emergente e diverso e articular conhecimentos acadêmcicos e mundo midiático
Pensar os recursos midiáticos, no entanto, não é só os equipamentos tecnológicos, é pensar também no rádio, na midia impressa, no vídeo, no ambiente virtual. Hoje o rádio não tem tanto espaço quanto as outras mídias, outros recursos de comunicação têm atraído um público jovem cada vez maior. A internet e o celular são exemplos disso. Mas não podemos deixar de explorar as possibilidades que aquele recurso nos oferece. A mídia impressa e a produção de uma revista eletrônica vão promover nos alunos o prazer de escrever: criar blogs, escrever autobiografias ilustradas, levantar dados históricos e promover uma exposição utilizando os recursos tecnológicos, interagir na web, tudo isso de forma interdisciplinar. Enfim, o que não falta são possibilidades de boas aulas, interativas e de sucesso.
Em entrevista concedida à Revista Nova Escola de março/07, o prof. Píer Cesare Rivoltella enfatiza que a mídia “deve permear os processos de ensino e aprendizagem, como acontece com a escrita”, e lembra também que o celular não é apenas um instrumento de recepção, mas de produção, e acrescenta ainda que sabendo utilizar o celular, o professor pode envolver os alunos em produção de filmes. Para ele “os jovens de hoje são criados numa sociedade digital e devem ser educados para assumir a cidadania conforme a realidade emergente”. Com tanta mídia digital, cabe ao professor, fazer desses recursos tecnológicos aliados na gestão da aprendizagem, e mesmo que os holofotes não brilhem, o trabalho dele vai mudar os rumos da história da educação no nosso país. (Maria da Ajuda- Aluna do curso Ensinando e Aprendendo com as TICs)
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