Antes de falar de possíveis mudanças no ensino aprendizagem a partir da inserção dos recursos de informática no ambiente educacional, quero fazer um pequeno recorte no conceito de mídias. Sabe-se que mídia é todo recurso tecnológico que vem para facilitar a vida do ser humano. Nesse sentido, as mídias tem um longo percurso na história. O papiro, por exemplo, foi uma grande descoberta como suporte midiático nas interações da linguagem naquele período. Posteriormente, a imprensa revolucionou o universo das distintas áreas do conhecimento ao fazer a impressão em série. Não cabe aqui falar de todas essas revoluções tecnológicas, mas das possibilidades de aprendizagens advindas com o uso adequado desses recursos. Digo adequado porque a mídia em si não tem qualquer valor, mas do uso que se faz dela. Portanto, em relação ao questionamento sobre se fazermos as mesmas coisas que fazíamos antes, ou não, desses recursos modernos. O fato de termos tantos recursos tecnológicos atualizados não quer dizer que a prática pedagógica seja diferente daquela de mais de 10 anos atrás.
Os referenciais curriculares nacionais e do Tocantins preconizam uma pratica pedagógica que habilite o aluno a atuar nesse novo contexto sociocultural. Daí a necessidade de todo profissional docente dar mais atenção a essa gama de tecnologias digitais a trazê-las para a sala de aula de forma articulada com os conhecimentos acadêmicos. Para isso, é interessante que o professor crie possibilidades de os alunos desenvolverem suas potencialidades nas diversas áreas do conhecimento. Muitos estudiosos orientam esse novo fazer pedagógico, “O uso da tecnologia digital para ler, escrever e divulgar informações transformou radicalmente a natureza da comunicação escrita e do letramento convencional, introduzindo novos gêneros textuais, práticas discursivas e estabelecendo um novo paradigma nas ciências da linguagem. No cerne dessas mudanças, cabe rediscutir as relações oralidade/escrita, elas também redimensionadas com os multimeios e o suporte eletrônico. A visão dicotômica de fala/escrita hoje insustentável, sobretudo face à realidade virtual, desafia nosso conhecimento acerca dos limites e distribuição da oralidade e do letramento...”MARCUSCHI, 2002, p. 21)
Toda essa sintonia não se restringe à relação eu/máquina, há possibilidade de novos rumos, novos conhecimentos quando entramos nesse caminho “sem volta”. Escrever, por exemplo, é uma ação que nós educadores não dispomos de tempo ou nos falta vontade para o exercício da escrita, e nesse período de realização do curso em mídias, já escrevemos consideravelmente. Pesquisamos, lemos, registramos nossas reflexões sobre o que preconiza os referenciais de educação para esse novo século. Mas o que vem sendo comprovado no universo escolar é o “retrato” de uma educação que ainda está em passos lentos rumo ao novo perfil do educador do século XXI.
As TICs podem ser utilizadas para acelerar o desenvolvimento em direção à meta de educar para a vida e para a cidadania. Os novos paradigmas exigem que o educando seja capaz de construir o próprio conhecimento e as tecnologias viabilizam a realização desse objetivo. Elas podem propiciar melhor equilíbrio entre as polaridades sociais. Promover um ensino que aproxime o aluno do mundo exterior à escola e prepará-lo para enfrentar diversas e adversas situações nessa nova configuração social, é o único caminho para que a escola seja considerada efetivamente de qualidade. Assim, não só a escola ou o aluno será beneficiado, mas toda a sociedade. Maria da Ajuda